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Música: Ciência, Arte ou Magia?

28/04/2016 14h27 | Atualizado em: 28/04/2016 14h37

Um dos elementos mais fundamentais e talvez mais misteriosos da música é a melodia. O que realmente faz com que determinadas melodias nos despertem tantos sentimentos diferentes?

Por que há melodias boas e outras não? O que faz uma boa melodia? Livros tentando explicar isso não faltam, mas de fato, nem teóricos, nem os músicos, nem compositores souberam responder esta pergunta de maneira satisfatória.

Inconscientemente, através dos nossos ouvidos, conseguimos distinguir uma melodia que nos agrada ou não. Talvez, nosso padrão melódico se desenvolva a partir daquilo que nos habituamos a ouvir desde criança. Mas não se tem certeza. A melodia nos prende a certas músicas, algumas grudam em nossos ouvidos, outras nos comovem, outras têm o poder misterioso de nos elevar espiritualmente, mas há de fato uma “fórmula” pronta para isso?

Alguns teóricos, ao tentarem explicar a “fórmula” da quinta sinfonia de Beethoven, descreveram todo o padrão composicional utilizado pelo mesmo. Pois bem, encontramos centenas de compositores que estudaram com afinco e utilizaram estes mesmos “padrões” em suas sinfonias, no entanto quantas sinfonias serão efetivamente tão “brilhantes” como a quinta de Beethoven?

Como bem sabemos a música também possui o poder de curar certas doenças. Existem inúmeros trabalhos clínicos realizados em várias áreas, citando apenas alguns como: paralisia cerebral, amputações, distrofia muscular progressiva, doenças mentais, autismo infantil, problemas neurológicos e até mesmo na área social com trabalhos envolvendo músicos, crianças e adolescentes carentes.

Há também o conhecidíssimo e polêmico ‘Efeito Mozart’, pesquisado e creditado por alguns, desmentido por outros. Seja efeito Mozart, Musicoterapia, ou qualquer outro nome que se dê a este fenômeno, o fato é que a música, em seus diversos graus, cria uma “mudança” ou um determinado “estado psicológico” em nosso ser. Não seria este o motivo da música, antigamente, ser reservada apenas a iniciados e mestres?

Pitágoras, Sócrates e Platão, bem sabiam que o estudo da música era uma das mais belas disciplinas para espírito e consideravam-na indispensável à educação. Isto porque, a música em si lida com duas áreas que parecem se divergir, a ciência e a espiritualidade.

Johannes Kepler uniu ciência, música e espiritualidade, quando seguindo o princípio “Música das Esferas” proposto por Pitágoras, publicou em 1619 um livro chamado “Harmonia do Mundo”. Nele, Kepler relaciona o universo, as proporções geométricas e o movimento dos planetas com as proporções harmônicas da música, demonstrando que matemática, música e magia, sempre andaram de mãos dadas.

Agora, se considerarmos a definição de magia como um meio através do qual a vontade, a emoção e a imaginação criam uma mudança verdadeira no mundo físico, um compositor não poderia ser classificado como mago?

“Existe alguma confusão sobre o que é realmente mágico. Acho que isso pode ser esclarecida olhando para as descrições mais antiga magia. A magia em suas formas mais primitivas é normalmente designada como “arte”. Acho que isso é bastante literal. Eu acredito que magia é arte e que a arte, quer por escrito, música, escultura ou qualquer outro meio é literalmente magia. A arte é, como magia, a ciência de manipular símbolos, palavras ou imagens para realizar mudanças na consciência.” (Alan Moore)

De um modo geral, a música continua sendo um fenômeno que a ciência não soube explicar e isso a torna ainda mais fascinante. Entretanto, sabemos que a Música é capaz de gerar mudanças dinâmicas e permanentes na consciência individual e coletiva. Essas mudanças provêm de combinações de frequências e de arranjos que ressoam da mesma forma para o físico e para o metafísico.

Mas por que a música é tão mágica? Por que as revelações espirituais e os modos de consciência mais profundos são atingidos através do canto ou durante a emissão de certos padrões musicais? A resposta mais antiga e perene é que a música é um eco do impulso da criação divina.

Autoria: Fabio Almeida

Fonte: Música & Magia

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