Você sabe o que é carne orgânica? Hoje, cada vez mais o mercado orgânico vem ganhando espaço. E a carne orgânica conquistou o seu. O presidente da Associação Brasileira de Pecuária Orgânica, Leonardo Leite de Barros, diz que a associação nasceu no Pantanal, em Mato Grosso do Sul, há 15 anos e explica como se dá a produção da carne orgânica.
A produção da carne bovina orgânica atende a todas as normas dos produtos orgânicos. O regime de seca e cheia do Pantanal é fundamental para a produção da carne. As águas que deixam o Pantanal submerso é um adubo natural para a terra. A matéria orgânica fertiliza essa terra durante a seca pantaneira. O controle de parasitas também é feito pelas águas, que combate naturalmente a mosca do chifre, as verminoses e os carrapatos, que não conseguem viver às cheias. Logo, essa produção evita o uso de antibióticos no gado.
A WWF Brasil, uma organização não governamental (ONG) ambientalista crítica da pecuária, entrou na parceria para produzir a carne orgânica. Do ponto de vista do produtor rural, as críticas são muitas e as soluções, às vezes, poucas. Os produtores procuraram a WWF para fazer uma parceria. Nessa relação de troca, os produtores abrem suas propriedades para a WWF ver como ocorre a produção e apoiar o produto final que sai dessas propriedades. O convite à WWF foi no sentido de estabelecer uma relação de troca. Os produtores saíram ganhando porque entenderam como funciona a defesa do meio ambiente, ao mesmo tempo em que a WWF pôde conhecer o trabalho de preservação da associação.
A produção da carne orgânica é feita sem impactar negativamente o bioma do Pantanal, região que tem mais de dois séculos de atividade de criação de gado. 90% da atividade pantaneira é a pecuária. Algumas ONGs encomendaram estudos para analisar como é o Pantanal do ponto de vista ambiental. 87% do bioma do pantanal é preservado.
Leonardo aponta que a pecuária é muito estigmatizada. Mas, no Pantanal, as pastagens são nativas. É uma região composta por uma variedade de gramíneas de boa qualidade. O impacto ambiental da pecuária, no Pantanal, é quase nulo.
O homem pantaneiro criou uma cultura de preservação ambiental natural entre ele e a natureza. Para Leonardo, o animal que está em perigo de extinção no Pantanal é o pantaneiro. Se ele acabar, o Pantanal acaba, porque é ele quem o preserva.
Segundo Leonardo, estudos feitos nos Estados Unidos afirmam que os animais que comem capim (a maioria dos animais brasileiros) tem grande concentração de ômega 3. E aqueles que comem pastagem natural tem o dobro de ômega 3. Por isso, a associação já encomendou à Embrapa estudos sobre a qualidade da carne orgânica.
Consumir a carne orgânica do Pantanal preserva uma cultura e um bioma. O produto final, além de sustentável, considera o bem-estar do animal e do meio ambiente.
Fonte: Green Me