Um projeto do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) em parceria com o Banco Nacional do Desenvolvimento (BNDES) tem por objetivo construir cisternas na região do semi-árido brasileiro.
Segundo Rocicleide Ferreira da Silva, diretora do Departamento de Fomento e Estruturação à Produção do Ministério do Desenvolvimento e Combate à Fome, o projeto cisterna se organiza em duas modalidades. A primeira delas, conhecida como “primeira água”, é destinada ao consumo humano da água e a segunda, nomeada de "segunda água", destina a água para o estoque, a fim de garantir a produção de alimentos de forma autossustentável.
Além disso, pequenos agricultores conseguem gerar renda por meio da tecnologia de manejo de recursos hídricos. No semi-árido, o estoque de águas não é comum. Logo, uma capacitação é oferecida para o público-alvo do programa. "A experiência tem demonstrado que ela vai para além do autossustentável", comenta a diretora. Junto com a construção da tecnologia e do curso, a família recebe um acompanhamento técnico para a produção de autoconsumo de hortas e animais.
A família recebe recursos para a capacitação, a construção e o acompanhamento técnico até que ela mesma consiga produzir sozinha. O processo de acompanhamento dura de 8 a 16 meses.
O semi-árido brasileiro tem um dos maiores índices pluviométrico desse tipo de clima no mundo. Logo, o estoque é feito durante a época de chuvas, para que as famílias, durante o período de seca, tenham condições de manejar o recurso hídrico. Quem é abestecido por caminhão-pipa acaba diminuindo a periodicidade do abastecimento.Nos últimos 4 anos, o nordeste brasileiro tem passados pelos maiores registros de seca nos últimos 50 anos.
O projeto também tem outra contrapartida social, pois visa à permanência das famílias no seu lugar de origem. Essa e outras políticas que atuam no semi-árido desde 2003 têm barrado as mais duras sequelas que o povo dessa região historicamente sofreu. Por isso, as políticas públicas são fundamentais para que o povo do semi-árido tenha condições de produzir seus alimentos de forma autossuficiente. Até 2003, os demais governos tratavam a questão da seca como um problema temporário, sendo que é uma questão permanente.
Para este ano, a perspectiva é de implantação de 20 mil cisternas. O Ministério usa o registro de famílias cadastradas no cadastro único. Num segundo momento, as prefeituras enviam as demandas de sua população pelos seus conselhos municipais. O projeto é executado com parcerias dos governos do estado e da iniciativa privada também.
Fonte: Green Me
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