A Rádio EBC fez uma entrevista com Carlos Rossin, engenheiro civil e diretor de sustentabilidade da PwC Brasil, para explicar um estudo feito pelo Sindicato das Empresas de Limpeza Urbana (Selur) e a PwC que busca analisar os serviços de limpeza urbana dos municípios brasileiros, para poder avaliar os desafios e o cumprimento das propostas definidas pela Política Nacional de Resíduos Sólidos.
Segundo Rossin, a pesquisa visa a orientar os municípios sobre a Política Nacional de Resíduos Sólidos, de 2010, e como é a atuação deles de acordo com a legislação.
O estudo segue a mesma metodologia do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), trabalhando com dados estatísticos, através do mapeamento de mais de 1000 cidades brasileiras, que terão um material para avaliar em qual frente devem investir mais: reciclagem, destinação final adequada do lixo, etc. Os municípios podem saber, com a pesquisa, qual é o seu Índice de Sustentabilidade da Limpeza Urbana (ISLU) em comparação com outras cidades, com os estados e o país para implementar novas ações e buscar parcerias para o desenvolvimento de seus programas.
Os dados do estudo podem ser acessados em diversos portais na internet, entre eles o do Selur.
O Brasil está muito longe de ser um exemplo no tratamento do lixo
Brasília tem o segundo maior lixão do mundo, ficando atrás apenas de um lixão na Indonésia. O país tem um grande desafio para atuar sobre a temática do lixo. É preciso deixar claro que o problema do resíduo é do gestor público, mas a ação é individual. O comportamento de cada um de nós é que vai interferir na limpeza das nossas cidades.
Mas, afinal, qual é o problema do Brasil em enfrentar definitivamente o problema do lixo?
90% das cidades têm menos de 50 mil habitantes. As pequenas cidades precisam buscar consórcios com outras de igual porte para pensar coletivamente os seus desafios em escalas. Na região sul do país, por exemplo, há um aterro para atender várias pequenas cidades.
Os valores da sociedade também devem ser focados com um trabalho de educação e, também, com políticas de incentivo para o tratamento de resíduos. O cidadão não sabe, por exemplo, quanto de imposto paga para o lixo ser tratado em sua cidade. Em algumas cidades do mundo, a tributação vem no saco de lixo, por exemplo. Se você usa um saco maior, pagará mais, proporcionalmente ao que você produz de lixo.
Esperemos que o estudo seja um instrumento usado por gestores públicos para melhorar a política de resíduos nos municípios brasileiros, mas a responsabilidade também é nossa.
Fonte:
Green Me