Pessoas acometidas por doenças graves, às vezes incuráveis, muitas vezes gostariam de tentar qualquer solução, pois a priori não teriam nada a perder. Mas novas terapias de cura nem sempre resolvem os problemas, ao contrário, poderiam até piorar em alguns casos.
É o que aconteceu com um paciente cujo caso clínico fora publicado no
New England Journal of Medicine.
O norte-americano Jim Gass, 66, teve um braço e uma perna paralisados por conta de um AVC e resolveu tentar o tratamento com células-tronco, também chamadas estaminais. Assim, ele viajou à Russia e ao México gastando 300 mil dólares para tentar se curar.
No começo, houve melhoras mas depois o paciente começou a piorar tanto, a ponto de não mais poder caminhar. Em sua espinha dorsal se formou uma massa de células-tronco, não suas.
O método Stamina, criado pelo italiano Davide Vannoni, foi muito discutido e experimentado depois de muita pressão pública em 2013. Mas a comissão que o testou acabou por não comprovar sua eficácia e o método segue não havendo validade científica, ao contrário, desconfia-se que o tratamento possa favorecer o desenvolvimento de câncer. No entanto, alguns países como China, Rússia e outros nas Américas e Europa vendem injeções de células estaminais (células-tronco) para curar distrofias musculares e doenças afins.
O caso clínico publicado é um alerta para que se atente à esta e à tantas outras terapias que acendem a discussão pública pedindo pela regulamentação de métodos de cura, sem que suas reais validades tenham sido comprovadas cientificamente.
E é fácil para uma pessoa doente cair em tentações deste tipo, quando têm pouco ou nada a perderem. Principalmente quando existem, não se sabe até que ponto verdadeiros, casos de pessoas que se curaram com tais novos métodos de cura. Todo cuidado é pouco com os pacientes que estão passando pela grande dificuldade que é receber um diagnóstico duro. Mas é também necessário informar que milagres, ainda e infelizmente, não existem, pelo menos do ponto de vista físico, médico e científico.
Fonte:
Green Me
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