O Dia Internacional da Igualdade feminina (26 de agosto) foi instituído justamente para conscientizar a população, já que de todas as formas de discriminação sofridas pelas mulheres, a violência física é a mais agravante.
Ao longo da história, podemos perceber que o Brasil nunca teve uma lei específica que assegurasse para a mulher as garantias contra os abusos cometidos. As variadas Constituições brasileiras se mostram como uma linha de evolução ao crescimento pelo respeito às mulheres. Na medida em que a luta se fortalecia, as mulheres foram se fazendo presentes, de forma cada vez mais marcante na sociedade, até atingir o nível atual de igualdade de direitos.
De acordo com a delegada titular da delegacia da mulher, Márcia Marcondes, o maior número de denúncias está entre as mulheres de 26 aos 35 anos. Márcia ainda afirma que por mais que a Lei Maria da Penha esteja em vigor há 8 anos no Brasil, muitas mulheres têm receio e principalmente vergonha na hora de denunciar. Por outro lado, conforta de maneira positiva, dizendo que a nova geração já está apresentando mudanças. “Nós vivemos em uma sociedade muito machista. Mas essa geração atua muito melhor que a anterior e tudo o que se espera é que a próxima vai ser melhor do que essa”, conclui.
O caso da diarista Rosa Maciel, de 63 anos, está em um outro patamar. Ela não comentou com ninguém e não teve a chance de denunciar porque não existia lei que a protegesse dessas agressões. Atualmente, é separada e trabalha para poder sustentar sua casa e seu filho. Rosa acrescenta que depois de anos, seu ex-marido voltou pedindo moradia. Penalizada, concordou que ele morasse com sua filha na casa ao lado, construída no mesmo terreno que a sua.
MOBILIZAÇÃO
Mariana Costa, integrante do movimento que combate a violência feminina em Curitiba denominado “Marcha das Vadias“, deixa claro que o motivo principal do projeto é a desconstrução do machismo na sociedade. Ainda afirma que o publico a quem se dirige é mistificado. “Queremos um feminismo de classe, que dialogue não apenas com mulheres universitárias, brancas e de classe média, mas também com as mulheres negras, pobres e de periferia”, completa.
No último sábado, 24, aconteceu na Praça Santos Andrade, em Curitiba, uma mobilização na qual mulheres de todas as idades comemoraram antecipadamente o Dia Internacional da Igualdade Feminina e lutaram contra a violência. A delegada Marcondes, que esteve presente representando a delegacia da mulher, afirma que é importante as mulheres levantarem essa bandeira, principalmente em dias comemorativos, já que é nesse tempo que o fornecimento de informações e os momentos de reflexão afloram.
A delegada Márcia Marcondes compareceu à mobilização do dia 24
Foto: Lara Pessoa
Fonte:
Portal Comunicare