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Colírio da Unicamp previne doença causada por diabetes

30/09/2016 11h18 | Atualizado em: 30/09/2016 11h32

Pesquisadores da Faculdade de Ciências Médicas (FCM) e da Faculdade de Engenharia Química (FEQ) da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) desenvolveram um colírio capaz de prevenir e tratar a retinopatia diabética (RD), complicação que pode comprometer a visão de pessoas com diabetes.

O quadro decorre de alterações neurais e vasculares na retina geradas pelo efeito tóxico de altas taxas de glicemia (glicose no soro) e constitui uma das maiores causas de redução visual na idade produtiva podendo, inclusive, levar à perda irreversível da visão, em estágios mais avançados.

A pesquisa que levou ao desenvolvimento do colírio, coordenada por Jacqueline Mendonça Lopes de Faria, da FCM, contou com o apoio da FAPESP.

Faria, pesquisadora responsável pelo estudo, avalia que o principal diferencial da tecnologia é o fato de que a formulação farmacêutica contida no colírio permeia as barreiras oculares e leva o princípio ativo até a retina.

“Atualmente, as opções terapêuticas disponíveis para o tratamento da retinopatia diabética são invasivas, como fotocoagulação com laser, injeções intravítreas ou mesmo cirurgia”, afirmou Faria à Inova Unicamp. “O uso do colírio facilitaria a administração do fármaco sem os riscos do procedimento intraocular ou dos danos irreversíveis da fotocoagulação a laser na retina”, completou.

O colírio pode ser aplicado nas fases precoces da doença – precedendo a sua detecção clínica e atuando essencialmente como neuroprotetor da retina – e também no tratamento de outras, como o glaucoma. “Este colírio poderá ser aplicado na prevenção, já que atua nos mecanismos precoces da retinopatia diabética e de outras doenças isquêmicas da retina como estresse oxidativo e nitrosativo”, ela disse.

A composição está disponível para licenciamento. Já foi testada experimentalmente em ratos diabéticos, obtendo resultados promissores. No estudo in vivo, não foram observados efeitos adversos. Faria frisa, no entanto, que ainda há necessidade de experimentos envolvendo seres humanos. “Em modelos animais experimentais o uso do colírio apresentou importantes efeitos neuroprotetores da retina, avaliados por eletrorretinografia.”

Também participaram do desenvolvimento da tecnologia Maria Helena Andrade Santana, Maria Aparecida Brunini Rosales e Aline Borelli Alonso. Além do apoio da FAPESP, os estudos receberam financiamento também da Coordenação para o Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

Empresas interessadas no licenciamento da tecnologia devem entrar em contato com o Setor de Parcerias da Agência de Inovação Inova Unicamp, pelo e-mail [email protected] ou pelos telefones (19) 3521-2552 ou 3521-2607.

Fonte: Exame

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