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Empresa cria ligações para que animais consigam atravessar estradas em segurança

29/03/2017 13h46 | Atualizado em: 29/03/2017 13h50

São três modelos de passagens: as passagens subterrâneas, os ecodutos e as passagens suspensas. | Foto: Divulgação / Grupo Eco&Eco

O grande avanço urbano sobre as áreas rurais e reservas ambientais é uma realidade cada vez mais frequente no Brasil. Porém, mesmo com os benefícios que essas construções nos trazem, existem graves consequências. Segundo estudo do CBEE (Centro Brasileiro de Estudos em Ecologia de Estradas), grupo de pesquisas com sede na Universidade Federal de Lavras-MG, quase 1,3 milhão de animais são atropelados por dia, apenas nas estradas federais. Este cenário agrava o risco de extinção de algumas espécies.

Isso acontece porque a rodovia se torna uma barreira entre um fragmento e outro de vegetação, habitat natural de espécies, criando dificuldades na procura por alimentos e parceiros sexuais. Na busca por esses recursos, se arriscam ao tentar atravessar as pistas. Esta ação instintiva é um risco não só para o animal, mas também para motoristas que transitam pelo risco de acidentes e colisões.

Para reduzir os impactos negativos gerados por essas construções, é possível implantar as passagens de fauna, estruturas montadas para fazer a ligação entre os dois fragmentos de vegetação, possibilitando aos animais um trânsito seguro entre as duas áreas. O Grupo Eco&Eco, cria soluções de integração entre pessoas e natureza, tem entre seus principais serviços este tipo de projeto, como o realizado em São Paulo, atendendo uma exigência da Secretaria do Verde. Uma passagem suspensa entre o Sítio Anhanguera e a Reserva Mutinga trouxe mobilidade para saguis e esquilos. No período de 11 meses, entre 2013 e 2014, foram contabilizados cerca de 300 registros fotográficos de animais que puderam voltar a transitar por esse trajeto.



Na Bahia, num trecho da Rodovia BA-099, conhecida como Estrada do Coco, foram implantadas cinco passagens suspensas, beneficiando diversas espécies arborícolas, entre elas a preguiça de coleira, animal ameaçado de extinção. “As estruturas são criadas a partir de uma análise ambiental, visando atender as reais necessidades de cada espécie, de modo que se integrem ao ambiente e sejam utilizados pelos animais naturalmente”, explica o diretor do Grupo, Wilson Miguel.

Já no Rio de Janeiro a empresa foi quem elaborou o projeto e instalação da infraestrutura de passagem suspensa de fauna silvestre no trecho da via expressa Ligação Transolímpica, mais especificamente na área do Centro de Formação e Aperfeiçoamento da Polícia Militar (CFAP). Os serviços de projeto e execução foram realizados de 2 maio a 16 de junho.

Na reserva paulista, durante o período de monitoramento após a implantação da passagem, não foi registrado nenhum atropelamento, uma efetividade de 100%. Além de favorecer a preservação das espécies, também contribui para a manutenção das florestas e demais formações vegetais, que precisam dos animais para o trabalho de polinização e dispersão de sementes. “Garantir que os seres humanos e os animais coabitem no mesmo ambiente com segurança é o nosso maior objetivo”, diz Wilson.

Soluções oferecidas

São três modelos de passagens: as passagens subterrâneas, os ecodutos e as passagens suspensas. Construídas abaixo das rodovias, as passagens subterrâneas são túneis que podem ser secas ou úmidas, dependendo das espécies que precisam utilizar essa rota. Pode atender mamíferos, répteis e anfíbios. Já os ecodutos, também conhecidos como pontes verdes, é uma estrutura acima das rodovias que recompõe uma formação vegetal ou florestal, formando uma rota entre os fragmentos.

Fonte: Ciclo Vivo