Vales brasileiros: o que é preciso para ser um Vale do Silício?
O desenvolvimento de ecossistemas regionais leva muitos de seus participantes a compararem o que existe ali com o que foi desenvolvido pelo mais famoso dos ambientes de empreendedorismo no mundo, o Vale do Silício, na Califórnia (EUA), onde floresceram empresas como Google, Apple e Facebook.
O Vale da Eletrônica, especializado no desenvolvimento de hardwares, é um dos mais tradicionais entre as versões brasileiras do ecossistema de negócios.
Ele fica em Santa Rita do Sapucaí (MG), cidade de 40 mil habitantes e 170 empresas de tecnologia.
Dessas, 55 passaram pela incubadora de negócios do Inatel (Instituto Nacional de Telecomunicações), diz Rogério Abranches, coordenador de empreendedorismo da instituição.
Uma das primeiras a se instalar na cidade foi a Leucotron, fundada em 1983 e que fornece equipamentos e serviços na área de telecomunicações para empresas.
Marcos Goulart, sócio da empresa, conta que, além de se beneficiarem da qualidade do ensino local, empresas de tecnologia tiveram incentivos da prefeitura.
“Quando chegamos, não existia nada. A Prefeitura decidiu que iria pagar o aluguel de galpões por alguns meses para empresas que se instalassem na cidade”, conta.
O vale mais popular da nova onda de start-ups, iniciada nesta década, é o San Pedro Valley, em Belo Horizonte. Ele surgiu como uma piada pelo bairro que duas empresas novatas –e premiadas– estavam instaladas, São Pedro. O apelido se espalhou e atraiu mais empresas. Hoje, “San Pedro Valley” dá nome a uma comunidade de 250 start-ups.
Já Piracicaba ganhou o apelido de “Agritec Valley”, por desenvolver tecnologia voltada ao agronegócio. O projeto local é uma incubadora patrocinada pela Esalq-USP (Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz).
A incubadora da faculdade abriga 20 projetos, a maioria resultado de pesquisas de mestrado e doutorado, diz Sergio Marcus Barbosa, gerente executivo da iniciativa.
Desde 2014, companhias que passaram pela incubadora receberam investimentos do fundo de Inovação paulista, gerido pela empresa de capital de risco SP Ventures, com tem recursos da Desenvolve SP, do Sebrae e da Finep.
Fonte:
Folha de São Paulo