Uma startup que cresce 20% está fazendo algo certo e merece um empurrão para crescer ainda mais, correto? É o que acreditam os investidores que acabaram de colocar R$ 3,5 milhões na Hippo Drs, uma startup de saúde que age como um assistente médico pessoal.
Quatro grupos de investidores-anjos fizeram o aporte, colocando o dinheiro na startup fundada na USP e que tem no leme um empreendedor de apenas 26 anos de idade. A startup é promissora, tendo quase 2 anos de idade (fundada em julho de 2015) e já está no breakeven, recebendo tanto dinheiro quanto gasta.
A empresa está presente em 25 cidades de cinco estados brasileiros e quer usar o dinheiro para acelerar o crescimento e alcançar 100 cidades em 8 estados até o final do ano. Além disso, são mais de 1.000 médicos parceiros e mais de 3.000 atendimentos mensais, o que inclui consultas médicas e exames, além de entre outros procedimentos, como aquisição de equipamentos auxiliares, como óculos, por exemplo.
A empresa tem bons atrativos seja para o cliente, que consegue agendar consultas em até 48 horas a preços que começam em R$ 70,00, sem adesão e sem custo mensal, quanto para os médicos, que possuem autonomia para realizar seu trabalho do jeito que quiserem, incluindo solicitação de exames, e são mais bem remunerados do que pelos planos de saúde.
Como muitas boas startups, a ideia da Hippo Drs nasceu de um problema real que seu fundador, Raulo Ferraz, teve. Ele teve um acidente de moto e precisou de um atendimento com um ortopedista pelo seu plano de saúde – o que foi muito difícil de conseguir. Dali em diante, resolveu empreender e vem acumulando sucessos. “Em 2016, vencemos a Maratona de Negócios da Campus Party Brasil e depois a Venture Capital Brasil e recebemos os primeiros aporte. Saltamos de uma equipe de cinco para 22 pessoas em três meses. Em tempo, notamos que isso não era sustentável e reduzimos para 8 pessoas. Mesmo com esse corte, nosso volume de vendas aumentou em quase 40%”, destaca Ferraz, que nesta época cursava Administração na FEA/USP, em Ribeirão Preto.
A ideia original era ser um “Uber da saúde”, mas o modelo evoluiu conforme o tempo passou com todo o feedback colido pela startup de seus usuários. “A consulta não é o fim. Um bom atendimento exige exames, medicamentos e seu uso correto. Todas essas interações interessam à Hippo Drs, inclusive vacinas e exames preventivos como teste do pezinho e da orelhinha”, pontua Ferraz. Agora, a Hippo Drs faz a ligação entre o cliente e os serviços de médicos, laboratórios, diagnósticos por imagem, farmácias e até óticas, pensando na saúde do indivíduo desde a gestação até a terceira idade.
Um dos pontos interessantes sobre a Hippo Drs é a sua vontade de se tornar uma empresa global, capaz de resolver os problemas da saúde de um brasileiro e de um russo. Para tal, o começo foi humilde, com Raulo fazendo trabalho manual e aprendendo programação para criar o primeiro site. “Nas primeiras 50 consultas que agendamos, fiquei na recepção dos consultórios acompanhando e conversando com o cliente. No final da consulta, eu me identificava e fazia uma entrevista para entender melhor a experiência”, lembra.
Além disso, algumas pequenas mudanças foram necessárias para que ele chegasse em uma boa geração de leads. “No primeiro site que programei, existia um botão que levava para um formulário do Google. Bem simples. Descobri que tinha 60 cliques ali, mas nenhum formulário preenchido. Na terceira semana, colocamos um telefone e recebemos cinco ligações no mesmo dia. Eu parecia criança em véspera de Natal. Hoje recebemos mais de 500 contatos por dia, via aplicativo, e-mail, telefone, whatsapp, chat e agora também pelo site”, salienta, que agora deverá buscar um CTO.
Mesmo com todo esse sucesso, o CEO lembra que a empresa quase quebrou se não tivesse recebido um aporte salvador. Em dezembro de 2015, sem dinheiro, o fluxo financeiro da empresa mostrava apenas mais dois meses de existência. “Se nada acontecesse, dia 28 de fevereiro a empresa fecharia”, relembra Raulo. Foi para a Campus Party no início de 2016 e foi a salvação.
O sucesso na feira fez a empresa rereceber o seu primeiro aporte, de Thamila Zaher, do grupo educacional SEB. Ainda em 2016, a empresa recebeu mais dois aportes, após a competição Venture Capital Expo, vieram mais dois aportes importantes. Entraram no negócio a Kick Ventures, de Rodrigo Quinalha, e um investidor-anjo do setor da saúde.
Com o dinheiro, a empresa saiu de três para 21 cidades em apenas três meses. Ou seja, a empresa saiu de um começo de ano terrível para expansão forte no final de 2016. “Este resultado pavimentou nosso caminho, pois mostrou que conseguimos crescer rápido e de forma sustentável”, avalia o fundador.
Agora, a empresa fez mais uma rodada, que terminou esta semana. Desta vez, investiram na empresa: Luiz Namura, presidente da Solum Ambiental, de São José dos Campos; uma família de médicos de Curitiba; um grupo de empresários de Belo Horizonte que atua na área de construção e em clínicas populares; e uma família de usineiros de Ribeirão Preto.
Com R$ 3,5 milhões no bolso, a empresa pretende crescer inclusive para fora do Brasil. Mas precisa, antes de tudo, terminar de conquistar o mercado brasileiro. A empresa já recebeu convites para abrir operações no México e no Panamá, mas mantém a América Latina dentro de seu radar. “Neste momento, a meta é manter o crescimento de 20% ao mês”, termina. Boa sorte.
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Fonte StartSe